#11 "Olá"

Ele: Olá.

"Estás a brincar comigo certo? Um mês sem falar, uma porra de mês. Um mês sem responder de volta, um mês sem dirigir uma única palavra, um mês sem saber como estavas.
Tentei não me importar com isso, mas admito que não o consegui e estive deprimida à toa.
Não consegui assimilar como é que de um momento para o outro uma pessoas que dizia que gostava tanto de mim, que falava comigo todo santo dia, deixou de dar sinal de vida...Fiquei magoada claro.
E agora vens com um olá? Mas pensas que sou para brincar? Pensas que sou algum brinquedo de feira que se quiseres voltar a andar pões uma moeda e voltas a andar? Foda-se nem venhas com Olás.
Tenho sentimentos e tu magoaste-os, agora que enterrei o assunto não queres desenterrá-lo.
Vai-te embora da minha vida. O que me fizeste? Volta a fazer e não retornes mais o contacto, volta para a puta de sítio de onde vieste e nunca mais voltes, nunca mais voltes a magoar-me. Adeus."

Eu: Olá.

Um simples olá pode despertar tanto coisa em nós. Pode despertar tantos sentimentos...
Ainda há bocado não sabia o que responder-lhe...o que me veio à cabeça foi exactamente o que está acima.
Estava a ser consumida pelos meus sentimentos que iriam ganhar controlo sobre mim se agisse de imediato. O que fiz depois de pensar uma segunda vez foi fugir disto.
Agora que já tenho a cabeça mais esfriada digo que não vou dar-lhe uma resposta sentimentalista, nem uma resposta simples, simplesmente não vou responder-lhe. Vou pagar-lhe na mesma moeda, fazer o que ele fez a mim. 
Assim de certeza que não sou afetada, e acho que vou simplesmente deixar as coisas andarem.
O tempo tudo dirá...pelos menos quero acreditar nisso.


#10

Décima vez que escrevo um cardinal. 
Décima vez que escrevo um texto, para este canto que ninguém dá atenção.
É sempre assim, cada vez que escrevo um texto começo numa ponta e acabo noutra.
Estou constantemente a mudar de assunto, como que se não aguentasse permanecer num só.
Mas também, who cares, os textos são para, basicamente, mim.
São um desabafo que deito fora aqui num canto da internet.
Desabafos que fazem melhor do que podem imaginar.
E lá estou eu a mudar de tópico.
Não é que isto tenha um tópico, whatever.
Que instável, que nem um "tópico" consigo manter.
Estou kinda of que a deprimir.
Quero escrever.
Nem que sejam coisas à toa.
Como agora.
What the fuck.
Instável, é o que eu digo.
Bem só para dizer que não aguento com a minha vida.
Estou aborrecida na minha triste vida.
Estou farta.
I don't care.
Vou parar de dizer merda.
Décimo texto de merda.
Que se foda.
Adeus.

#9


Adolescência.
Diria que é uma coisa fudida na vida.
Uma coisa que nos marca para a vida das piores e melhores maneiras.
Eu, sinceramente, odeio ser adolescente.
Não somos crianças, nem somos adultos.
Temos responsabilidades e deveres de adultos mas tratam-nos como crianças.
Horrível.
É a palavra que eu uso para descrever esta fase da vida.
Por razões várias, que são demasiadas para serem escritas.
Vocês, sendo adolescentes, sabem-as.
Nós somos como que bipolares.
Num momento está tudo melhor que nunca e noutro estamos no fim do mundo.
Parece que ninguém nos compreende, para que nunca ninguém esteve no nosso lugar.
Na verdade há sempre alguém que nos compreende e todos já estiveram no nosso lugar.
Todos já foram adolescentes, uns piores que outros, mas todos adolescentes.
Mas muitas vezes essas pessoas que outrora foram adolescentes devem ter apagado a memória, do quão horrível foi essa fase.
Porque, por exemplo, os nossos pais não se colocam no nosso lugar?
Temos exames, testes, temos que nos esforçar para termos um futuro melhor.
Temos paixonetas, amores impossíveis, estamos sempre a procurar por o que eles têm.
Temos a sociedade, sempre a julgar cada decisão e forma de ser.
Temos de agradar estes todos acima, ou pelo menos sentimos que temos.
E nunca conseguimos fazer o trabalho 100% bem, depois de ilusões e desilusões.
No fim, é simplesmente...

Complicado.



#8

Tranquei-me naquele quarto de banho, como se tal fosse salvar a minha vida.
Estava escuro e parecia seguro, mas só ouvia gritos e mais gritos vindos de fora.
A minha vontade chorar controlou-me naquele momento, as lágrimas caiam umas atrás das outras como se estivesse alguém ou algo à porta da morte.
Queria sentir-me segura, que nada de mal me fosse acontecer.
Queria que ela parasse de agir como minha inimiga e de me tratar como uma estranha.
Queria voltar a ser como éramos....
Mas ganhei medo. Ganhei medo às suas atitudes, às suas palavras.
Palavras que dantes me davam força e auto-estima, e agora só me destroem por dentro. Palavras. Algo tão simples fez-me algo tão horrível.
Só sei que não queria sair daquele espaço pequeno, escuro e como que trancado a sete chaves.
Senti-a que era o meu porto seguro, onde podia até chorar de tanta agonia provocada. Chorava desalmadamente, como se não houvesse amanhã...
Os gritos continuavam e eu só tapava os meus ouvidos com a maior força possível para não ouvir as palavras que me iriam atingir.
Sei que havia pessoas que naquele momento me queriam proteger, no meio daqueles gritos. Umas a defender-me de insultos, outras a tentar entrar no lugar onde me trancara.
E quando abri aquela porta para a pessoa entrar, os gritos ainda continuavam, e eu fechei os meus olhos para nem conseguir ler os lábios dela, nem ver a discussão que continuava.
A pessoa, preocupada comigo, entrou o mais rápido possível, e voltou a trancar a porta. Abraçou-me...
Eu ainda a chorar, só pensava no quão humilhante era eu chegar aquele estado por culpa de uma simples pessoa e estarem-me a ver assim.
O apoio foi mais do que necessário e bem recebido naquele momento, mas nada me preparava para o que aconteceria depois dos gritos acabarem.
A pessoa pediu para sairmos dali, para eu me recompor e sair dali o mais rápido possível. Eu recusei, não sairia dali até os gritos, direccionados a mim, acabarem. Não aguentava nem mais um ataque daqueles, nem mais uma palavras maldosa, não vinda dela.
Por isso esperamos que acabassem e quando finalmente o silêncio governou, sai dali...

#7


Lembro-me que quando ia para a escola de manhã. Saia de casa e estava um frio do caralho, agarrava-me ao casaco com imensa fé por causa do vento. Já com os fones postos e com o volume no máximo a ouvir "The A Team" do Ed Sheeran. Esta música trás-me imensas memórias GOD
Faz-me lembrar de uma eu sozinha durante duas horas no caminho da escola.
 Uma eu que ia para a paragem e que entrava no autocarro e se sentava o mais longe possível e sempre à janela. Uma eu que olhava atentamente para a rua e via as pessoas nos seus carros a irem para o emprego, que via a chuva a cair e as gotas a caírem lentamente no vidro. Uma eu que olhava para a porta em cada paragem do autocarro na esperança de encontrar alguém conhecido e que levasse a solidão para longe. Faz-me lembrar daquelas manhãs em que eu finalmente chegava à escola e esperava ansiosamente pela minha agradável companhia que convivia alegremente comigo todas as manhãs. Faz-me lembrar de quando a minha companhia arranjou namorada e eu detestava chegar lá de manhã e ficar a olhar para eles agarradinhos e eu ali outra vez sozinha. Como eu detestei amargamente esses dias e esperava desesperadamente pela vinda de alguém e assim não ficava "sozinha".
Sorte a minha que isto é passado, sorte a minha que já não me sinto constrangida ao pé daqueles dois e sinto imensa felicidade por eles. Sorte a minha que avancei.

#6

Não sei o que é ter um namorado a sério, nem sei o que é ter uma melhor amiga a sério, nem sei o que é ter um melhor amigo a sério.
Namorados é coisa que nem me aparece à frente. Melhores amigos...bem era muito pequena para me lembrar o que é um a sério e a coisa mais parecida que tive até agora com uma melhor amiga era manipuladora, chantagista e não me aceitava como eu era e bem acho que isso não é bem melhor amiga apesar de a uma certa altura ter sido.
Mas uma coisa eu sei. O que é ter uma amiga ou amigo a sério.
Já os tive e tenho, alguns vão e outros vêm, mas de alguma maneira foram amigos a sério. Porque se deram ao trabalho de vir falar comigo e voltar a falar comigo. Deram-se ao trabalho de me conhecer, de começar a conviver comigo, de começar a aturar-me. Deram-se ao trabalho de me ouvir incansavelmente, das minha conversas sem sentido e dos meus casos imaginários amorosos. Deram-se ao trabalho de falar de volta, de me falar sem sentido de volta e de me darem conselhos. Deram-se ao trabalho de estar comigo a cada sorriso, a cada riso inderteminável, a cada lágrima, a cada guincho, a cada grito, a cada mini-discussão, a cada momento.
Deram-se ao trabalho de andar as voltinhas comigo, de um lado para o outro repetidamente e indeterminávelmente.
Deram-se ao trabalho de me ver no pior e no melhor, a comer que nem uma lontra ou não comer mesmo nada. Deram-se ao trabalho de me ver toda aperaltada e toda mal-vestida. Deram-se ao trabalho de aturar a minha mudança de humor horrrível. Deram-se ao trabalho de aturar cada birra, cada cantoria, cada asneira pegada. Deram-se ao trabalho de me ouvir a dizer tantas asneiras, tantos bicos, tantas frases mal ditas, tanta coisa que mal se ouve. Deram-se ao trabalho de conviver com uma das pessoas mais preguiçosas que vive no mundo, que mia aletoriamente, que passa a vida colada ao telemóvel, seja para música, twitter ou sms. Deram-se ao trabalho de ouvir o meu riso que muda consoante a companhia.
Bem, deram-se ao trabalho de me conhecer verdadeiramente e de me aceitar como eu sou e de ser verdadeiro comigo.
Deram-se ao trabalho de ser mais de que um colega, e estar comigo quando não era preciso, quando era preciso, quando eu precisava ou não e simplesmente sempre estar lá.
Deram-se ao trabalho de ser alguém a certa altura na minha vida e deram-se ao trabalho de marcar-me como alguém que eu espero nunca esquecer.
Deram-se ao trabalho de ser um amigo a sério.
Estes amigos a sério foram o melhor que consegui até agora e acreditem ou não é uma das coisas que eu mais estou grata na minha vida.
Foram estes amigos a sério que me fizeram acreditar novamente que poderia viver feliz, sem preocupações e ser eu própria.
Foram estes amigos a sério que me fizeram perceber que afinal eu importo para algo e que posso até ser importante. Foram estes amigos a sério que me começaram a importar e a preencher os meus dias com algo para além do vazio.
Eu amo estes amigos a sério porque, sendo eles temporários ou para sempre, eu sei que a certa altura na nossa vida nós fomos para além da barreira de colegas, de conhecidos, de amigos de olá e que fomos algo na vida de cada um. Obrigada por tudo e sejam felizes :)
P.S. chorei baba e ranho a escrever isto.

#5

Por vezes, nos meus pensamentos, acabo a pensar que seria melhor nunca ter crescido, nunca ter mudado e que tudo devia ter ficado na mesma desde os meus 8 anos.
Que aquelas amigas, aquela família, aquela pessoa que eu era deveria ter permanecido e que nada deveria ter mudado.
E penso que talvez só assim teria ficado feliz e que assim nunca teria de lidar com m*rdas que hoje lido.
Penso que aquela criança que sorria, ria e brincava praticamente os dias todos não deveria ter crescido.
Penso que só assim seria feliz.
Mas...quem estou eu a enganar, o passado é passado, e eu agora estou no presente e infelizmente não posso fazer nada quanto a isso, nada sem ser enfrentar a situação que tenho a minha frente neste momento.
Mas o que devo fazer...não sei lidar com esta situação, não sei o que fazer com esta pessoa.
Eu olho-me ao espelho e chego a não me reconheço. Onde está aquele sorriso? Onde está aquela pessoa que eu era? Onde está o que eu conhecia? Onde está o meu tudo? Já nada é como era e eu não sei lidar com isto. Até que senti que sim durante uns tempos, mas perdi o controlo de tudo e fui parar ao meio do desconhecido.

#4


Desde à 7 anos para cá que tento fazer novos amigos e tento construir amizades duradoras como aquelas que outrora tive. E bem até que consegui mas como tudo o que é bom, acaba.
Desde à 2 anos para cá tenho andando a tentar re-construir a minha vida.
Desde há 2 anos para cá que nada é estável na minha vida. Amigos, relações, nem a família. As pessoas que perdi, levaram muito de mim com elas.
Tento re-construir o que sobrou e tento não desabar com esse pouco.
Tento crescer e tornar-me uma versão melhor e melhor de mim.
Mas parece que esse melhor não chega para muitas das pessoas. Parece que o ficou cá é muito defeitoso e que não há ninguém que queira ficar com esta parte defeitosa.
Não há ninguém que queira uma parte tão imcompleta, tão despedaçada, tão diferente, tão defeitosa.
Já me senti desnecessária, mas nunca desta maneira, nunca tão abundantemente, nunca me senti tão inútil, tão sem valor. 
Nunca me senti assim tão pequena no meu próprio mundo.
Sinto-me desfeita, sinto-me perdida, sinto-me miserável.
Não sei como voltar a achar o meu caminho.
Eu só quero voltar a sentir aquela verdadeira felecidade. Sem aquela vozinha atrás a dizer que não vai ser duradouro e que vai ser tudo em vão e que mais valia estar sozinha. Que não mereço nada daquilo e que devia...morrer.


#3


Não sou miúda de mostrar os meus sentimentos.
Se isso acontecer ou é porque o sentimento é tal que o tenho de mostrar ou
O sentimento é tão avassalador que o tenho de exprimir.
Tenho-me contido estes anos todos. Cada palavra, gesto, atitude que me fizeram foi guardado em mim até que tudo fosse de demais. Tenho-me contido, aguentado e sorrido todos os dias.
Não sou miúda de mostrar os meus sentimentos.
E por isso há quem diga que sou fria, anti-social, introvertida.
Sou julgada por ser quem sou e por quem pensam que sou.
E sabem? Estou farta de todos os julgamentos, estou farta de esconder quem sou para agradar, estou farta das pessoas que conseguem tirar a minha pessoa de mim.
Estou farta.
Por isso, passei a ser quem realmente sou. A tentar não me importar com o que pensam ou acham. A tentar viver o dia como se fosse o último. A ser verdadeira e a tentar não ter arrependimentos.
E agora, não quero voltar a ser quem era. Aquela pessoa fechada ao mundo, com medo de tudo e todos.
Não quero voltar ao que era, onde nem se quer tinha escolha de ser quem queria. Onde o medo se apoderava de tudo. Isso acabou e espero nunca mais lá voltar.
E se sequer pensar em perder esta nova liberdade de poder ser quem sou a minha garganta dá um nó, a minha boca fica seca e as lágrimas crescem-me nos olhos. 
Fecho os olhos, respiro fundo e penso «não me vou deixar nunca mais apoderar daquela maneira pelo medo e nunca mais vou ser aquela aspirante a pessoa com medo de viver a vida».
E bem, hoje, esta sou Eu.

#2


Muitas da vezes que ouço música tento pô-la o mais alto possível.
Porquê? Porque assim não consigo ouvir-me pensar, a música consegue ser mais alta que os meus pensamentos.
E sabem uma coisa? Eu AMO isso pois os meus pensamentos são uma m*rda.

Os meus pensamentos são irritantes e inúteis. São sempre resultado de esperanças inúteis que nunca vão resultar, de relações que nunca vão existir, de uma vida que eu nunca vou conhecer. São sempre baseados no imaginário e fazem-me sempre sonhar mais alto.
Sabem o que dizem sobre os que sonham alto?
«Quanto mais alto sonhas maior a queda» e é verdade mas eu não dou importância a isto, eu sonho e sonho e sonho cada vez mais alto e por muito medo que tenha de voltar a cair eu continuo a sonhar alto. Não o consigo evitar, faz parte da minha natureza sonhadora.
E por muitas quedas que eu tenha dado de sonhar alto, por muito que doam, eu não consigo aprender. Gosto de pensar que há esperança para uma sonhadora como eu viver num mundo monótomo como este.
E bem quando eu finalmente aprender a lição, isto se chegar alguma vez a aprender, eu acredito que vou defenitivamente deixar de sonhar e acho que aí é que vou estar verdadeiramente perdida. Perdida para sempre.

#1

Pensam que me esqueci de vocês?
Não, lembro-me de vocês a toda a hora, o que vos poderia dizer o que poderia estar a contar e partilhar.
Mas cada vez que faço login e carrego lentamente no ícone de "Nova Mensagem" e ele se abre com uma página totalmente em branco.
Fico parada a olhar para o ecrã à espera que as inúmeras ideias se organizem e que algo saia para este ecrã em branco.
São tantos pensamentos, ideias, sentimentos que quero partilhar convosco que nada vem a nora nesta página em branco.
Fico como congelada e confusa. Uma enorme confusão na minha cabeça que espero organizar...mas não consigo eu sei que não consigo.
Então ignoro isto tudo e acabo por deixar mais uma página em branco à espera de ser escrita.
Ponho tudo de parte e vivo como se não houvesse amanhã.
E este meu canto acaba por ganhar teias de aranha pois é tão avassalador o que eu quero exprimir que eu não consigo.
E então acabo abandonando algo que me é precioso.
Desculpem, espero mesmo que a partir desta vez as palavras comecem a fluir e que cada vez que carregar em "Nova Mensagem" as palavras fluam e estes sentimentos desorganizados se organizem e tudo tome lugar onde deve. No meu canto.
Em conjunto com a música ensurdecedora as palavras vão ter de começar a fluir e eu vou mais uma vez pertencer a um lugar que sempre foi meu.