Estava escuro e parecia seguro, mas só ouvia gritos e mais gritos vindos de fora.
A minha vontade chorar controlou-me naquele momento, as lágrimas caiam umas atrás das outras como se estivesse alguém ou algo à porta da morte.
Queria sentir-me segura, que nada de mal me fosse acontecer.
Queria que ela parasse de agir como minha inimiga e de me tratar como uma estranha.
Queria voltar a ser como éramos....
Mas ganhei medo. Ganhei medo às suas atitudes, às suas palavras.
Palavras que dantes me davam força e auto-estima, e agora só me destroem por dentro. Palavras. Algo tão simples fez-me algo tão horrível.
Só sei que não queria sair daquele espaço pequeno, escuro e como que trancado a sete chaves.
Senti-a que era o meu porto seguro, onde podia até chorar de tanta agonia provocada. Chorava desalmadamente, como se não houvesse amanhã...
Os gritos continuavam e eu só tapava os meus ouvidos com a maior força possível para não ouvir as palavras que me iriam atingir.
Sei que havia pessoas que naquele momento me queriam proteger, no meio daqueles gritos. Umas a defender-me de insultos, outras a tentar entrar no lugar onde me trancara.
E quando abri aquela porta para a pessoa entrar, os gritos ainda continuavam, e eu fechei os meus olhos para nem conseguir ler os lábios dela, nem ver a discussão que continuava.
A pessoa, preocupada comigo, entrou o mais rápido possível, e voltou a trancar a porta. Abraçou-me...
Eu ainda a chorar, só pensava no quão humilhante era eu chegar aquele estado por culpa de uma simples pessoa e estarem-me a ver assim.
O apoio foi mais do que necessário e bem recebido naquele momento, mas nada me preparava para o que aconteceria depois dos gritos acabarem.
A pessoa pediu para sairmos dali, para eu me recompor e sair dali o mais rápido possível. Eu recusei, não sairia dali até os gritos, direccionados a mim, acabarem. Não aguentava nem mais um ataque daqueles, nem mais uma palavras maldosa, não vinda dela.
Por isso esperamos que acabassem e quando finalmente o silêncio governou, sai dali...
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