O Espelho IV

ATENÇÃO: QUALQUER SEMELHANÇA COM A REALIDADE É PURA COINCIDÊNCIA!
Talvez seja melhor ver antes:

- O que aconteceu?
- Nã-ão é nada, eu só cai.
- Não sejas mentirosa! *agarrar o pulso*
- Já te disse que não é nada! Larga-me, que estás a aleijar-me.
Fora a primeira vez que o vira tão zangada, mas não sou capaz de lhe dizer...de lhe dizer o que realmente aconteceu.
Na manhã seguinte não disse nem uma palavra. Continuava a seguir-me, acho, até, que com os seus olhos para a minha cara, o sítio onde tinha a nódoas negra.
Desta vez fez questão de não me deixar sozinha. Eu não o censuro depois do que viu.
Num os intervalos fui à casa-de-banho. ELAS estavam lá.
- Parece que vamos ter de combinar um sítio para nos encontrarmos, não é?
- Parece que ele não te quer partilhar...
- Deixa estar que nós também não queremos partilhar-te.
Sempre que as encontro não sou capaz de abrir a boca, mas parece que desta vez elas facilitaram um pouco a coisa, talvez porque o Touya-kun estava lá à porta. Não sei porque doeu-me muito mais desta vez.
Puxaram-me os cabelos, os braços. Tiraram-me a maquilhagem que escondia os cortes, arranhões e nódoas negras, e obrigaram-me a olhar para o espelho.
- Que bonita que a nossa Akisuki-chan está hoje!
Creio que aquilo foi demais para mim.
As lágrimas que contive por tanto tempo estavam prestes a cair-me pelo rosto.
Mas eu nunca, mas nunca, vou chorar à frente de alguém.
Soltei-me dos seus braços e saí a correr, com as lágrimas a cair-me pelo rosto abaixo.
Eu só pensava «O telhado! O TELHADO! Rápido.»
Quando dei por mim aí estava eu, no telhado da escola.
Fui para ao pé das grade (tipo varanda) e saltei para o outro lado. Ainda tinha uma pequena beirinha em que me podia equilibrar.
Muitas pessoas ouvia-se lá de cima a falar e a rir enquanto caminhavam à volta do edifício, o telhado estava completamente vazio.
Eu tentava respirar no meu da confusão, estando num "banho" de lágrimas, sentia a brisa doce que se sentia ali de cima.
«Se eu me atirar elas não poderão fazer-me mais mal, serei menos um trabalho para os meus pais e o Touya-kun poderá ter finalmente de deixar de me proteger e seguir.» isto era só o que eu pensava.
Eu sentia-me mal comigo própria, sentia-me sozinha, sentia que era muito mais fácil acabar com tudo.
Virei-me de costas, deixei-me levar pelo vento...deixei-me cair.
continua...

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